Na manhã desta segunda-feira (19), o delegado Fabiano Moza, da Delegacia de Homicídios de Cascavel, concedeu entrevista para atualizar o caso que chocou a cidade: o encontro do corpo de um bebê em uma lixeira ao lado do Colégio Cívico Militar do bairro Brasmadeira, na região norte da cidade. A ocorrência foi registrada na noite de quinta-feira (15), após uma funcionária do colégio encontrar a sacola com o corpo ao descartar o lixo.
Segundo o delegado, até o momento nenhuma denúncia oficial foi registrada nos canais formais da Polícia Civil, embora alguns relatos informais de moradores do bairro Floresta tenham sido recebidos. “Estamos oficiando a Secretaria de Saúde para tentar levantar mais informações. É fundamental que as denúncias sejam feitas oficialmente, pelos canais corretos, para que possamos avançar na investigação”, destacou Moza.
Os canais para denúncias são os telefones 197, 181, ou ainda o número direto (45) 3301-5700. As denúncias podem ser feitas de forma anônima.
Exames complementares em CuritibaO corpo do bebê foi recolhido e encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). No entanto, o laudo definitivo ainda não está pronto, pois exames complementares foram enviados a Curitiba para confirmar a causa da morte e esclarecer se o caso se trata de aborto, infanticídio ou homicídio.
“O laudo vai ser determinante para sabermos se o bebê chegou a respirar, o que muda completamente a tipificação do crime. Estamos aguardando os exames complementares, que devem ficar prontos em um ou dois meses”, explicou o delegado.
Câmeras não captaram o momentoA investigação enfrenta um desafio adicional: as câmeras de segurança do colégio não registraram o momento em que a sacola foi deixada no local. “A câmera da portaria estava funcionando, mas a que poderia ter flagrado a lixeira estava voltada para o estacionamento”, afirmou Moza.
Feto tinha 2,3 kg, 46 cm e era do sexo femininoDe acordo com o delegado, o feto encontrado era uma criança do sexo feminino, com 2.380 gramas e 46 centímetros. Ela estava em um saco de lixo junto com a placenta, o que indica que o nascimento foi recente.
Chamou a atenção das autoridades o fato de haver uma roupa azul de bebê, nova, colocada sobre a sacola. “Isso pode ser uma pista importante. Se alguém souber de uma doação recente de roupa azul de bebê ou de alguma mulher que tenha engravidado recentemente e agora não está mais com a criança, pedimos que denuncie”, reforçou o delegado.
A direção do colégio e a funcionária que encontrou o corpo já foram ouvidas formalmente.
Investigação segueEnquanto aguarda o laudo técnico, a Delegacia de Homicídios foca na identificação da autoria do crime, ponto considerado essencial para a responsabilização legal. “Seja aborto, infanticídio ou homicídio, o que importa neste momento é encontrar quem é a mãe e o que, de fato, aconteceu com essa criança”, concluiu o delegado.