07/05/2025 | 08:50 | EBC
Índia ataca Paquistão após a morte de turistas na Caxemira
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A Índia atacou nove locais no Paquistão e na Caxemira paquistanesa nesta quarta-feira (horário local), com pelo menos três mortes registradas. O Paquistão disse que está preparando uma resposta, conforme os piores combates em anos eclodiram entre os inimigos de longa data.

Os exércitos dos vizinhos que têm armas nucleares trocaram intensa artilharia e pesados tiros em sua fronteira na disputada Caxemira em pelo menos três lugares, disseram a polícia e testemunhas à Reuters.

A ofensiva da Índia ocorreu em meio ao aumento das tensões, após um ataque a turistas hindus na Caxemira indiana no mês passado. Homens armados islâmicos mataram 26 pessoas no ataque de 22 de abril, a pior violência contra civis na Índia em quase duas décadas.

O Paquistão disse que a Índia lançou mísseis em três locais, mas um comunicado do governo indiano não detalhou a natureza dos ataques. A Índia informou que atingiu a "infraestrutura terrorista" onde os ataques contra ela foram planejados e dirigidos.

"Há pouco, as Forças Armadas indianas lançaram a Operação Sindoor, atingindo a infraestrutura terrorista no Paquistão e na região de Jammu e Caxemira, ocupada pelo Paquistão, de onde os ataques terroristas contra a Índia foram planejados e dirigidos", disse o comunicado indiano.

Os canais de TV indianos mostraram vídeos de explosões, incêndios, grandes nuvens de fumaça no céu e pessoas fugindo em vários lugares do Paquistão e da Caxemira paquistanesa. A Reuters não conseguiu verificar as imagens de forma independente.

Testemunhas e um policial em dois locais na fronteira da Caxemira indiana disseram ter ouvido altas explosões e intensos bombardeios de artilharia, além de jatos no ar.

O primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, afirmou que Islamabad estava respondendo aos ataques indianos, mas não forneceu detalhes. O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, chamou a situação de "vergonha" e acrescentou: "Espero que termine rapidamente".

Uma emergência foi declarada na populosa província paquistanesa de Punjab, disse seu ministro-chefe, e hospitais e serviços de emergência estão em alerta máximo.

"Há pouco, as Forças Armadas indianas lançaram a Operação Sindoor, atingindo a infraestrutura terrorista no Paquistão e na região de Jammu e Caxemira, ocupada pelo Paquistão, de onde os ataques terroristas contra a Índia foram planejados e dirigidos", disse o comunicado indiano.

"Nossas ações têm sido focadas, medidas e não escalonadas por natureza. Nenhuma instalação militar paquistanesa foi atingida. A Índia demonstrou considerável moderação na seleção de alvos e no método de execução", afirmou.

Mesquitas atingidas

Um porta-voz militar paquistanês disse à emissora Geo que os locais atingidos pela Índia incluem duas mesquitas e afirmou que houve pelo menos três mortes e 12 pessoas feridas.

O ministro da Defesa do Paquistão, Khawaja Muhammad Asif, disse à Geo que todos os locais atingidos pela Índia eram civis e não acampamentos de militantes.

Acrescentou que a Índia disparou mísseis de seu próprio espaço aéreo e que a alegação da Índia de ter como alvo "campos de terroristas é falsa".

Após os ataques, o Exército indiano disse em uma postagem no X nesta quarta-feira: "A justiça foi feita".

Após as explosões, faltou energia em Muzaffarabad, a capital da Caxemira paquistanesa, segundo testemunhas.

A Índia culpou o Paquistão pela violência do mês passado, na qual 26 pessoas foram mortas, e prometeu reagir. O Paquistão negou que tivesse algo a ver com as mortes e disse que tinha informações de que a Índia estava planejando atacar.

A Índia culpou o Paquistão pela violência do mês passado, na qual 26 homens foram mortos, e prometeu reagir. O Paquistão negou que tivesse algo a ver com as mortes e que tinha informações de que a Índia estava planejando um ataque.

O nome da operação militar da Índia, Sindoor, é uma aparente referência às mulheres que perderam seus cônjuges no ataque a turistas hindus em Pahalgam no mês passado.

Sindoor é o termo em hindi para o tradicional sinal vermelho na testa, usado por mulheres hindus casadas, simbolizando proteção e compromisso conjugal. Tradicionalmente, as mulheres deixam de usá-lo quando ficam viúvas.

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