O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, teve uma reunião na última sexta-feira com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, em Palm Beach, Flórida, anunciou o porta-voz da organização, Farah Dakhlallah.
"Discutiram o conjunto de problemas de segurança mundial que a OTAN enfrenta", Dakhlallah afirmou em um comunicado.Dois dias após a vitória de Trump em 5 de novembro, o ex-primeiro-ministro holandês disse que queria se encontrar com ele.
Na ocasião, Rutte afirmou que queria discutir com o presidente eleito a "ameaça" representada pelo fortalecimento dos laços entre a Rússia e a Coreia do Norte.
Kim Jong Un e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram um tratado de parceria estratégica em junho. O texto obriga ambos os países a prestar assistência militar "sem demora" em caso de ataque a um deles e a cooperar para enfrentar as sanções ocidentais.
A Rússia já forneceu mísseis antiaéreos à Coreia do Norte em troca do envio de tropas para apoiar Moscou na guerra contra a Ucrânia, segundo o diretor de segurança nacional sul coreano, Shin Won-sik.
Em 7 de novembro, durante uma reunião com líderes europeus em Budapeste, na Hungria, o chefe da Otan disse que esperava conversar com Trump para analisar, de forma conjunta, como enfrentam a presente ameaça.
Rutte tem alertado sobre o perigo da aproximação entre China, Coreia do Norte e Irã, três países acusados de ajudar a Rússia em sua guerra contra a Ucrânia.
No mesmo dia 7 de novembro, Trump falou ao telefone com o presidente russo Vladimir Putin. Eles conversaram sobre a guerra na Ucrânia, segundo informações divulgadas pelo Washington Post.
De acordo com o jornal, Trump aconselhou Putin a não escalar a Guerra da Ucrânia e lembrou-lhe da "significativa presença militar de Washington na Europa". O Kremlin, no entanto, negou que a conversa tenha ocorrido.
Durante a corrida presidencial, o presidente eleito ameaçou não proteger aliados da Otan, em caso de invasão promovida pela Rússia. No seu primeiro mandato, Trump cobrou dos demais membros da aliança militar ocidental que aumentassem seus investimentos em defesa.
Sigla para Organização do Tratado do Atlântico Norte, a Otan é uma aliança militar comandada pelas potências do Ocidente. Foi criada em 1949, na Guerra Fria, a princípio com 12 países, como uma frente contra a União Soviética -que lançou sua própria versão, o Pacto de Varsóvia, seis anos depois.
Com o fim do bloco comunista, em 1991, a aliança atuou em conflitos como as guerras da Bósnia, do Kosovo e do Afeganistão. A principal vantagem de fazer parte da aliança está no artigo 5º do tratado, o princípio da defesa coletiva, que garante proteção militar a qualquer país do bloco -na prática, países com infraestrutura menos organizada podem receber a proteção de potências militares como os EUA.