Vitorio Piffero, ex-presidente do Internacional, e Pedro Affatato, ex-vice-presidente de finanças, foram condenados nesta quinta-feira (21) à prisão por crimes de desvio de verbas da gestão do clube entre 2015 e 2016. Segundo investigações da Ministério Público gaúcho, o valor desviado foi superior a R$ 13 milhões.
A decisão publicada pelo TJ-RS (Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul) condenou Piffero a 12 anos e três meses de detenção, com pagamento de 135 salários mínimos de multa pelos crimes de lavagem de dinheiro e estelionato.Pelos mesmos crimes e uma acusação adicional de organização criminosa, Affatato foi condenado pela 2ª Vara Estadual de Processo e Julgamento dos Crimes de Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro do TJ-RS a 76 anos, um mês e 15 dias de reclusão e pagamento de 675 salários mínimos.
A defesa de Piffero diz que ele é inocente e que não há provas suficientes para sua condenação. Já a advogada de Affatato informou que vai recorrer da decisão e se manifestará nos autos do processo. Ambos vão recorrer da decisão em liberdade.
Segundo decisão do juiz Ricardo Petry Andrade, as ações de Piffero causaram um prejuízo de R$ 281.686 ao clube.
A denúncia do MP-RS aponta que as irregularidades envolvem a falsificação de notas fiscais de agências de viagem por serviços nunca prestados. Os valores eram pagos pelo clube e teriam sido revertidos em dinheiro aos dirigentes.
As investigações apontaram que os valores custearam a compra de um automóvel de alto padrão para Piffero e a estadia de Affatato no Copacabana Palace para passar o Réveillon no Rio de Janeiro, entre outros gastos.
Essa é a segunda condenação do ex-presidente e do ex-vice colorados no âmbito da operação Rebote, deflagrada em 2018 para apurar desvios na segunda gestão de Piffero, que presidiu o clube pela primeira vez entre 2007 e 2010.
Os dirigentes viraram réus em 2019, e a primeira condenação veio em março deste ano. Piffero foi condenado a dez anos e seis meses de prisão, e Affatato, a 19 anos e oito meses, no julgamento de suspeitas de desvios em obras que não foram executadas.
A segunda gestão de Piffero foi marcada pelo primeiro rebaixamento da história do Internacional para a Série B, em 2016. No ano seguinte, o conselho fiscal do Inter pediu a reprovação das contas da sua gestão. Uma sindicância externa, que foi estopim para a denúncia criminal, encontrou indícios de gastos de cerca de R$ 9 milhões em obras nunca executadas no estádio Beira-Rio. Procurada, a atual direção do clube disse que não vai se manifestar no momento.
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