Uma professora puxou os cabelos e empurrou uma aluna com síndrome de down da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Irati, na região central do Paraná. A estudante tem 19 anos, está no Transtorno do Espectro Autista (TEA) e não tem comunicação verbal. Uma câmera de segurança da instituição registrou a agressão.
Os pais da aluna souberam do caso por meio de uma denúncia anônima. O caso aconteceu em 15 de maio, no entanto chegou somente na última quinta-feira (23) ao conhecimento da família da jovem.
A mãe da jovem disse que a família ficou em choque ao ver as imagens da câmera de segurança. Além disso, como a estudante não se comunica por fala, ela não teve condições de pedir ajuda, bem como de informar aos pais sobre o que aconteceu.
Para o pai, o caso é “absurdo”. Ele destacou também que a filha, em nenhum momento, como mostram as imagens, apresentou resistência ou reação ao ato da professora. “Nosso sentimento, além de indignação, de tristeza, é de que se não tivesse tido uma denúncia anônima, nada teria acontecido.”
Professora é afastada da ApaeA professora foi afastada das atividades, segundo a Apae de Irati. A defesa da professora informou que não recebeu qualquer intimação e que não teve acesso a nenhum documento oficial, deixando para se manifestar, portanto, em momento oportuno.
Investigação sobre agressão de professora contra alunaA Polícia Civil do Paraná (PCPR) investiga o caso desde a denúncia dos pais da aluna, na sexta-feira (24). O vídeo está em análise. Nelas é possível ver quando a vítima sai correndo da sala. Segundos depois, a professora sai da sala e puxa a aluna pelos cabelos. A jovem se desequilibra e volta para trás. A professora então vira a estudante para o lado de dentro da sala e a empurra.
A PCPR informou que investiga o caso e realiza diligências. Enquanto isso, ouviu os pais da vítima e fará o mesmo com outras testemunhas nos próximos dias.
Entidades se manifestaram sobre caso de agressão contra alunaA Apae de Irati afirmou que afastou das atividades a professora que está sob investigação da PCPR. A instituição pediu, ainda, o desligamento dela para a Secretaria de Estado da Educação (Seed). Além disso, a Apae afirmou que acompanha o caso e dá suporte à família da vítima.
A Federação das Apaes (FEAPAEs-PR) lamentou o caso, avaliou que a situação foi isolada, assim como repudiou o ato de violência.
A Seed informou que solicitou à Apae detalhes sobre o caso para iniciar uma apuração por parte do Núcleo Regional da Educação (NRE). Por fim, a Seed destacou que a Apae é uma instituição privada com finalidade pública e que tem termo de colaboração com a pasta.