A Polícia Civil do Paraná e a Polícia Civil do Ceará prenderam 15 pessoas na manhã desta quarta-feira (22) durante uma operação contra uma organização criminosa responsável por aplicar golpes em diversos estados do Brasil com falsos escritórios de advocacia. A ação aconteceu em Fortaleza, Maracanaú e Pacatuba, no Ceará e em Guarulhos, São Paulo.
Dentre os presos está um homem autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. Os outros 14 que foram presos em cumprimento de mandado de prisão. Ainda na ação, que contou com a participação de 200 policiais civis, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreendidos R$ 17.550, 29 celulares, arma de fogo, máquinas de cartão, pen drives e documentos.
O grupo criminoso tinha como principal alvo vítimas nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Os criminosos entravam em contato com pessoas que tinham valores a receber em precatórios e realizavam cobrança indevidas utilizando documentos falsos com a promessa de liberar o pagamento do precatório. Ao menos 50 pessoas registraram boletim de ocorrência sobre o fato somente em Curitiba.
De acordo com as investigações, os indivíduos se passavam por representantes de escritórios de advocacia, criavam registros no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) falsos e, ao entrarem em contato com as vítimas, davam informações reais sobre processos dos quais elas eram partes. Os endereços citados como os supostos escritórios de advocacia funcionavam, na verdade, estabelecimentos como pastelaria e lojas.
Os suspeitos também utilizavam diversos números telefônicos para aplicar os golpes via aplicativo de mensagens. Nas conversas pediam dinheiro às vítimas para que pagassem documentos.
“A associação criminosa era extremamente organizada e afrontava funções essenciais à justiça, falsificando documentos judiciais como acórdãos e sentenças”, conta o delegado Emmanoel David, da PCPR.
"Verificamos que parte dos criminosos estariam residindo no Ceará. A partir disso colaboramos com a Polícia Civil do Paraná com a troca de informações e conseguimos chegar no dia de hoje com a prisão das pessoas envolvidas nas fraudes", afirmou o delegado-geral da PCCE, Márcio Gutiérrez.
As investigações também contaram com o apoio da Ordem de Advogados do Brasil (OAB). "A OAB Paraná tem dado suporte às investigações graças ao monitoramento constante dos casos que são reportados. Reforçamos tanto para a classe quanto para a comunidade a importância de denunciar esse tipo de situação para que as autoridades policiais possam atuar e erradicar o problema", ressalta Marilena Winter, presidente da OAB Paraná.