O governador Carlos Massa Ratinho Junior afirmou nesta quarta-feira (05), durante o Brazil Investment Forum, realizado pelo Banco Bradesco, em São Paulo, que o Paraná quer atrair ainda mais recursos da iniciativa privada em diversas áreas, como energia elétrica e, principalmente, infraestrutura, já que a meta é transformar o Estado no maior centro logístico da América do Sul. Ele participou do painel sobre privatização e infraestrutura, ao lado dos governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de São Paulo, Tarcísio Freitas.
“O Paraná tem muitas oportunidades. Temos grandes projetos de concessões em andamento e um ambiente muito favorável para investidores. Além disso, temos um desenvolvimento econômico distribuído, com cidades polos de produção em todas as regiões, principalmente no agronegócio. É um Estado que se desenvolveu de forma igualitária”, ressaltou.
Segundo o governador, os bons resultados do Paraná são motivados pelo foco da gestão do Governo do Estado, de potencializar áreas de destaque na produção paranaense. “Ao longo dos quatro anos da minha primeira gestão, trabalhamos para potencializar as vocações do Estado, que não eram aproveitadas. Com isso, passamos a ser a quarta economia do Brasil, tivemos a maior participação do PIB nacional da nossa história e fomos considerados o Estado mais sustentável do Brasil num relatório global”, destacou Ratinho Junior.
Todas essas oportunidades, segundo ele, têm atraído cada vez mais investimentos, principalmente na indústria agrícola. “Estão programados R$ 30 bilhões em investimentos por parte das nossas cooperativas em parques industriais nos próximos anos. O Paraná tem vocações que impulsionam bastante a nossa economia”, enfatizou.
Um dos projetos destacados pelo governador, que deve atrair ainda mais investimentos para o Estado, é o da Nova Ferroeste. Proposto pelo Governo do Paraná, ele prevê a ampliação nas duas pontas da atual Ferroeste, que opera entre os municípios de Cascavel e Guarapuava. A intenção é ligar o município de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, com o Porto de Paranaguá. Dois ramais vão partir de Cascavel até Chapecó, em Santa Catarina e Foz do Iguaçu, na fronteira com a Argentina e o Paraguai. Ao todo serão 1.567 quilômetros de trilhos que vão passar por 66 municípios nos três estados.
“O Paraná está no centro de 70% da produção do PIB da América do Sul, onde passam cerca de R$ 1,8 trilhão. Somos a ligação do Sul e o Sudeste brasileiro, o maior mercado consumidor. Também ligamos o Sul com Centro-Oeste, onde se localiza o grande potencial do agro e fazemos fronteira com a Argentina e o Paraguai. Temos um potencial geográfico fantástico”, disse. “Por isso apostamos nesse projeto audacioso: queremos transformar o Paraná na central logística da América do Sul”, acrescentou. O edital já foi publicado e o projeto está na fase de licenciamento ambiental para posteriormente ser levado à Bolsa de Valores.
Concessões
O governador também mencionou as concessões em andamento, como a dos aeroportos de Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu e o acordo que está sendo construído com o governo federal para a concessão de 3,3 mil quilômetros de rodovias que cortam o Estado no pacote de concessões da União. O conjunto é formado por estradas estaduais (35%) e federais (65%) e foi desenvolvido pelo Governo do Estado, governo federal, Assembleia Legislativa, setor produtivo e sociedade civil organizada, com base em três premissas: menor tarifa, maior número de obras e transparência.
“O Paraná tinha uma concessão feita em 1997 que não deu muito certo, mas a partir dessa experiência criamos um projeto vencedor para o usuário, com transparência e também mais atrativo para investidores”, disse. “Será a maior concessão de rodovias da América Latina. São R$ 55 bilhões em investimentos. É um projeto robusto dividido em 6 lotes. Acredito que entre junho ou julho é para estar na bolsa de valores”, constatou.
Portos
A Portos do Paraná também está conduzindo processos de concessão. A empresa pública se prepara para levar a leilão em 2023 quatro áreas. A PAR09 (26 mil metros quadrados), a PAR14 (49,8 mil metros quadrados) e a PAR15 (38,8 mil metros quadrados), destinadas à movimentação e armazenagem de granéis sólidos vegetais e a PAR 03 (38 mil metros quadrados), ainda em fase de estudo, que será destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos minerais, principalmente fertilizantes. Com novos arrendamentos, os investimentos privados já previstos pela autoridade portuária podem chegar a R$ 3 bilhões nos próximos anos.
O governador também falou sobre o processo de Parcerias Público-Privadas (PPPs), com destaque para obras de saneamento no Estado. A Sanepar divulgou em 2022 a primeira proposta de PPP para a universalização do esgotamento sanitário na Microrregião Centro-Litoral, na modalidade de concessão administrativa para um período de aproximadamente 24 anos. O projeto está na fase de elaboração do edital.
Ratinho Junior ainda destacou privatizações em andamento, como a da Copel. “Estamos expandindo demais a parte industrial e, por isso, a Copel precisa acompanhar esse processo, ampliando a capacidade de fornecimento de energia justamente por conta desse bom momento de investimentos que estamos recebendo”. Futuramente, empresas como a Eletrobrás e a Compagás também devem ser privatizadas.