Por Airton Kraemer - Jornalista, escritor, radialista, palestrante e psicoterapeuta.
O que há de essência numa vitória não é a subjugação do adversário. Nem tampouco a matemática da pontuação na tabela. Muito menos os louros, as homenagens, as comemorações...
A essência de uma vitória talvez resida na superação dos nossos próprios limites e das nossas próprias fraquezas, provando a nós mesmos que somos capazes de galgar degraus, atingir objetivos, alicerçados no trabalho, na entrega, na dedicação e na perseverança. Assim é no esporte e assim é na nossa vida social, familiar e profissional, em todos os ramos. Ou deveria ser.
Vencer sem humildade é uma forma de derrota. Assim como perder com altivez e honra é uma forma de vitória. E é justamente aí que geralmente confundimos o sentido e o significado, as semelhanças e as diferenças entre vencer e ser vencido. Precisamos ir mais fundo na busca do real valor de um resultado que, inexoravelmente, está acima do “ganhar ou perder”.
Há derrotas que nos ensinam bem mais do que uma vitória. Há derrotas que nos aproximam de nós mesmos, que nos fazem nos enxergar por dentro, enquanto determinados “sucessos” ofuscam a nossa visão.
“Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”, disse o poeta Fernando Pessoa. E no esporte, em qualquer modalidade, no trabalho, no convívio social, e por extensão em todas as nossas lutas cotidianas, talvez este deva ser o nosso Norte Verdadeiro, a nossa direção, o nosso leme.