O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta madrugada, 24, um ataque contra a Ucrânia e explosões foram registradas em diversas cidades fora das áreas separatistas do Donbass.
O momento é o mais grave da intensa crise que atinge as duas nações desde 2014, quando os russos anexaram a Crimeia e o conflito separatista se instaurou em áreas de Donetsk e Lugansk.
Em um pronunciamento televisivo, o mandatário afirmou que estava "protegendo" os separatistas, mas o próprio Exército confirmou que os ataques estavam sendo feitos contra bases e locais administrados por Kiev.
"O plano da Rússia não inclui ocupar a Ucrânia", disse Putin. No entanto, o líder russo afirmou que "quem interferir" no país vizinho "pagará" as consequências e acusou os Estados Unidos de terem "ultrapassado" a linha vermelha ao não atender os pedidos de segurança russos e tentar incluir os ucranianos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou que a ação russa "é de larga escala". "As cidades pacíficas ucranianas estão sob ataque e essa é um guerra. A Ucrânia se defenderá e vencerá: o mundo pode e deve parar Putin e o momento de agir é agora", pontuou.
Por sua vez, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que Putin "escolheu uma guerra premeditada que levará a uma catastrófica perda de vidas humanas e sofrimentos" e que esse é um ataque "injustificado" contra Kiev.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que esse "é o momento mais triste do meu mandato". "Preciso mudar meu apelo: presidente Putin, em nome da humanidade, leve de volta as tropas russas. Esse conflito deve parar agora. O que é claro é que essa guerra não tem sentido e viola os princípios da Carta da ONU", ressaltou.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que conversou com o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, para "condenar com a máxima firmeza a injustificada agressão militar da Rússia contra a Ucrânia e exprimir a nossa mais forte solidariedade".
Zelensky fez um pronunciamento em que anunciou que "rompeu" com Moscou e fazendo um apelo para que a população russa proteste contra esse ataque contra a Ucrânia.
O mandatário ainda pediu que seja criada uma "coalizão anti-Putin" e que sejam aplicadas "sanções imediatas" contra o governo. Ainda hoje, diversos grupos internacionais, como o G7, vão se reunir para anunciar mais punições contra os russos.
ATUALIZAÇÃO
Desde as primeiras horas da madrugada desta quinta-feira (24), a Ucrânia registrou 203 bombardeios russos e dos grupos separatistas, sendo que sete deles foram violações nas áreas de fronteira, informa o conselheiro-chefe do Ministério do Interior, Vadym Denysenko. "No momento, a situação em Kharkiv piorou, mas agora os nossos militares, a guarda nacional, a polícia e todas as unidades do Ministério do Interior estão trabalhando de maneira intensificada".