Empresas interessadas em conhecer detalhes do projeto da Nova Ferroeste têm prazo até 31 de março para se inscrever em visitas técnicas a pontos estratégicos do traçado. O link para a inscrição das visitas está no ar na página da Nova Ferroeste. Nesta semana, o Paraná recebeu três primeiros interessados.
Através do cadastro, as empresas podem agendar encontros presenciais em locais como o Porto de Paranaguá e o terminal da Ferroeste em Cascavel. “Essa demanda por visitação surgiu durante a sondagem de mercado, no fim do ano passado, quando diversos participantes demonstraram o desejo de vir ao Paraná e conhecer de perto a estrutura local”, explica Luiz Henrique Fagundes, coordenador do Plano Estadual Ferroviário.
As primeiras solicitações foram feitas no início de fevereiro e o calendário se encerra no fim de março. Os empreendedores podem optar por duas modalidades. O primeiro roteiro prevê um tour pela estrutura da empresa pública Portos do Paraná, o Porto de Antonina, o corredor de exportação do Porto de Paranaguá e, ainda, o Terminal de Contêineres do Paraná.
A segunda opção contempla, além do Litoral, um dia de atividades no Oeste do Estado, com passagem pelo terminal da Ferroeste em Cascavel e acesso a grandes empresas do agronegócio instaladas na região e que vão se beneficiar com a ampliação da linha férrea.
A Ferroeste funciona desde 1991 e administra o atual traçado de 248 quilômetros de trilhos entre Guarapuava e Cascavel. Com o projeto da Nova Ferroeste, essa linha será ampliada nos dois sentidos, fazendo a ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá. Está previsto ainda um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu para captar carga do Paraguai e da Argentina.
A Nova Ferroeste, com 1.304 quilômetros, vai constituir o Corredor Oeste de Exportação, com potencial para ser o segundo maior corredor de grãos e contêineres refrigerados do país.
Encontros
As reuniões presenciais com empreendedores em visita a locais estratégicos do traçado da Nova Ferroeste são promovidos pela Ferroeste. As agendas são abertas para qualquer empresa interessada em enviar representantes.
Segundo o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves, a empresa é que vai agendar e coordenar esses encontros. Os custos com deslocamento, hospedagem e alimentação dos visitantes são responsabilidades das empresas. “O nosso papel é fazer a ponte entre os interessados no projeto com esses pontos indicados nos roteiros. Disponibilizamos pessoas do nosso time para acompanhar e fazemos a conexão com as lideranças regionais”, explica Gonçalves.
Essa semana, três interessados vieram ao Paraná, uma empresa de construção e duas operadoras. “Nessas visitas a gente consegue passar informações que em uma hora de conversa, como fazemos nas reuniões virtuais, não é possível compartilhar”, diz o coordenador do Plano Estadual Ferroviário.
Para Luiz Henrique Fagundes, essa interlocução entre agentes públicos e o setor produtivo, permite às empresas interessadas terem uma visão mais detalhada da região onde será construído o empreendimento. “Nosso contato é com nomes do mundo todo, tanto operadores, quanto investidores e financiadores. A maioria desconhece a realidade local, quando chegam aqui ficam espantados com o potencial e o nível de desenvolvimento do Paraná’, completa.
Estudos e pregão
A Nova Ferroeste deve ir a leilão na Bolsa de Valores do Brasil (B3) no segundo trimestre de 2022. O valor do investimento está estimado em R$ 29,5 bilhões. O consórcio ou grupo vencedor vai executar a obra e explorar o empreendimento por 70 anos.
O Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) foram finalizados. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis) deve publicar no Diário Oficial da União o início do prazo de 45 dias para as empresas do solicitarem a realização das audiências públicas referentes ao meio