A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) foi a vencedora na categoria “Destaque em Políticas Públicas” do Prêmio Clotilde de Lourdes Branco Germiniani de Saúde Única, concedido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR).
A homenagem, formalizada em cerimônia na sede da entidade em Curitiba, na segunda-feira (13) se deve ao trabalho da Agência pela garantia da sanidade animal do rebanho paranaense e especialmente às ações que ajudaram a elevar o status internacional de sanidade do Paraná à área livre de febre aftosa sem vacinação.
A certificação pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), conquistada em maio deste ano, é resultado de uma luta de mais de 50 anos do Governo do Estado e do setor produtivo. Além da aftosa, a OIE deu a chancela ao Paraná de zona livre de peste suína clássica independente.
“Nós da Adapar ficamos emocionados com esse prêmio. É o resultado do trabalho de mais de 600 colaboradores que conquistaram algo sensacional para o agronegócio e para toda a sociedade paranaense”, afirmou o diretor-presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins.
De acordo com o presidente do Conselho, Rodrigo Távora Mira, a categoria Destaque Políticas Públicas é destinada a instituições que tenham contribuído para a segurança e bem-estar da sociedade.
“A Adapar é sem sombra de dúvidas merecedora desta honraria por sua importância para a agropecuária nacional. Neste ano em especial, com a conquista do status de área livre de febre aftosa sem vacinação, a agência se destaca ao levar os produtos de origem animal produzidos no Paraná para o mundo. É uma conquista que beneficia a sociedade tanto na garantia de um alimento seguro quanto no crescimento econômico”, diz.
TRABALHO - Desde que o último foco de febre aftosa foi confirmado, em 2006, o governo estadual e o setor produtivo se organizaram para melhorar a estrutura sanitária paranaense, o que inclui, além da criação da Adapar, o reforço da fiscalização nas divisas, a contratação de profissionais por meio de concurso público e o controle dos animais.
A imunização contra a aftosa no Estado foi interrompida em 2019 e a campanha de vacinação, que acontecia duas vezes por ano, foi substituída pela campanha de atualização de rebanhos.
Nos últimos anos também foi realizado um inquérito epidemiológico, com coletas de amostras do sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais, provando que o vírus já não circula no Paraná.
O Estado, maior produtor e exportador de proteína animal do País, com liderança em avicultura e piscicultura, se beneficia do reconhecimento internacional com a abertura de mercados para a carne paranaense e outros produtos de origem animal, com a possibilidade de comercialização a países que pagam melhor pelo produto, como Japão, Coreia do Sul e México.
IDR-PARANÁ - Na categoria Destaque Extensionista, o vencedor foi Marcio Antonio Baliscei, do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná).
O profissional é graduado em Zootecnia na 2ª turma da Universidade Estadual de Maringá em 1986; tem mestrado na área de Produção Animal pela UEM; é extensionista desde de 1987; atua no município de Terra Rica na área de desenvolvimento rural com foco em Bovinocultura de Leite, Bovinocultura de Corte, Piscicultura e Organização Rural; e coordenador regional de Projetos de Pecuária na regional de Maringá do IDR-Paraná.
PRÊMIO - Criado em 2019, o Prêmio Clotilde de Lourdes Branco Germiniani de Saúde Única visa reconhecer médicos veterinários e instituições que tenham se distinguido de forma notável por trabalhos ou ações com interface em duas ou mais áreas da Saúde Única (saúde animal, saúde humana e saúde ambiental), nas categorias Destaque “One Health”, Destaque Pesquisador, Destaque Educação, Destaque Extensão, Destaque Nova Geração, Destaque Políticas Públicas e Destaque Colaboração Interprofissional.
A Professora Clotilde de Lourdes Branco Germiniani, que dá nome ao prêmio, faleceu em Curitiba em 2018, aos 80 anos. Nascida em Itaqui (RS), era Doutora em Bioquímica, livre-docente e catedrática de Fisiologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e foi a primeira mulher catedrática em um curso de Medicina Veterinária no Brasil. Também foi a única representante do Paraná na Academia Brasileira de Medicina Veterinária.
Seu vasto currículo inclui a participação na fundação da Sociedade Brasileira de História da Medicina (1996), compondo ainda a Academia Paranaense de Letras, o Centro de Letras do Paraná, Centro Paranaense Feminino de Cultura, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e Academia de Cultura de Curitiba.