Operações policiais, denúncias e flagrantes das equipes do Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde (BPAmb-FV) resultaram no aumento de 3,1% de prisões por crimes ligados à fauna silvestre (de 224 foi para 231) e das apreensões de mamíferos (7,3%), no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. O balanço aponta ainda que as multas administrativas aplicadas em função de crimes referentes à fauna passaram de R$ 1,9 milhão no período.
“O BPAmb-FV é uma unidade especializada no combate a crimes ambientais, relacionados a recursos hídricos, fauna e flora do Paraná, e desencadeamos rotineiramente ações para coibir a caça, o cativeiro ilegal de animais silvestres e outros crimes relacionados”, disse o comandante do batalhão, tenente-coronel Adilson Luiz Correia dos Santos.
As apreensões de mamíferos aumentaram 7,3% e as de répteis e aves caíram 54,3% e 3,4%, respectivamente.
Diante do cenário de pandemia, o Batalhão de Polícia Ambiental readequou as ações ostensivas e, mesmo com os parques estaduais fechados para evitar a aglomeração de pessoas, o trabalho dos policiais militares prosseguiu com fiscalizações, atendimento de denúncias e patrulhamento a pé e motorizado.
Em todas as situações criminosas, além do encaminhamento do infrator e do resgate do animal silvestre, são aplicadas multas administrativas com base na legislação ambiental. Nos primeiros seis meses deste ano, o BPAmb-FV aplicou R$ 1.920.140,00 em autos de infração, montante um pouco acima do mesmo período do ano anterior, quando o valor atingiu R$ 1.998.949,00.
Ao longo dos seis primeiros meses do ano, a unidade desencadeou operações com cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão para localizar pontos de prática de caça ilegal. Também foram descobertas rinhas de galo em que havia centenas de aves feridas por conta dos duelos. Na região dos Campos Gerais, uma operação em Sengés e Jaguariaíva resultou na prisão de sete pessoas e na apreensão de 14 armas de fogo devido ao envolvimento com a caça ilegal.
Em outras ações, o BPAmb-FV resgatou animais silvestres que saíram de seu habitat natural e foram parar em grandes centros urbanos. Um exemplo foi em Foz do Iguaçu em abril, quando uma equipe da 5ª Companhia encontrou um lobo guará em um banheiro do Sest/Senat. O animal foi sedado e levado ao Corredor Ecológico de Biodiversidade RPPN Santa Maria, em Santa Terezinha do Itaipu, onde foi solto.
PENALIZAÇÃO – Para quem comete crimes como manter em cativeiro, caça, transporte ou perseguição de animal silvestre, a pena pode variar de seis meses a um ano de prisão. Segundo o tenente-coronel Adilson, o crime de maus-tratos se enquadra a qualquer tipo de animal, cuja pena varia entre três meses e um ano de prisão e multa criminal, além da multa administrativa.
PROTEÇÃO – O tenente-coronel Adilson alerta que ter qualquer animal exótico – não original da fauna brasileira – em casa requer diversos cuidados e procedimentos, sob pena de multa e prisão para quem não cumpri-los. É necessário tempo, espaço adequado e recursos financeiros para manter o animal com saúde. “Animais exóticos só podem ser adquiridos em estabelecimentos ou criadouros que estejam legalizados junto ao Ibama. Na dúvida, as pessoas devem fazer contato com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente”, disse.