O Ministério Público do Paraná, a partir da 1ª Promotoria de Justiça de Toledo, Oeste do estado, apresentou nesta semana, em 4 de março, denúncia criminal por feminicídio contra um homem acusado de agredir e causar a morte da mulher. O caso teve muita repercussão na cidade pois, a princípio, foi tratado como um acidente de trânsito.
O MPPR também requereu a prisão preventiva do acusado, o que foi concedido pela Justiça – ele está preso desde fevereiro. A vítima tinha 34 anos.
Conforme a denúncia, na madrugada de 2 de fevereiro deste ano, motivado por ciúmes por conta de uma conversa de whatsapp, o réu agrediu a companheira, na casa onde moravam.
Chegou a filmar a agressão e enviar para pessoas que teriam motivado a crise. Assustada, a mulher fugiu, entrou em seu carro e saiu da residência.
O acusado passou a persegui-la, em outro veículo – dirigindo em alta velocidade, o que fez com que ela batesse de frente com um barranco, morrendo na hora. Como resume a Promotoria, “o denunciado deu causa direta à morte da vítima.
O crime foi cometido por razões da condição de sexo feminino da vítima, como prática de violência doméstica e familiar, com inequívoco menosprezo à condição de mulher.”
Outras agressões – Consta também na ação penal que, no dia 4 de fevereiro, o acusado passou a mandar mensagens via aplicativo de celular com ameaças diretas à família da vítima, afirmando que quem estivesse com o celular dela, que continha as mensagens e fotos das agressões por ela sofridas, “deveria tomar muito cuidado ao expô-las às autoridades, pois ele ou alguém cobraria tal atitude, no presente ou no futuro”.
O réu disse ainda, nessas conversas, que “teria sido criado em meio à malandragem, e teria um ‘papo reto, papo do crime, que não faz curva’.”
No pedido de prisão, o MPPR destaca que o acusado tinha um histórico de violência, com registro policial, por agressões físicas e verbais cometidas contra outras quatro pessoas – todas essas vítimas também eram mulheres. Como apontado pela Promotoria na petição, “Infelizmente, a quinta e última vítima não teve oportunidade de recorrer a justiça e registrar a violência que sofria”.