O Paraná conquistou o primeiro lugar em uma premiação nacional que reconhece projetos inovadores na área de museologia acadêmica. Vencedor na categoria Pesquisa, o projeto paranaense emprega inteligência artificial para democratizar acervos museológicos, e destacou-se entre iniciativas de outros estados do Brasil, ficando à frente da Paraíba e do Mato Grosso, classificados em 2º e 3º lugares.

O prêmio foi entregue nesta sexta-feira (29), durante o encerramento do 8º Fórum Permanente de Museus Universitários (FPMU 2025), na Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza (CE). A programação do evento começou no dia 25, reunindo especialistas para discussões, palestras, debates e apresentação de trabalhos.

O reconhecimento consolida o Estado como referência na integração entre tecnologia e preservação cultural, reforçando o compromisso com a inovação no setor, a exemplo do projeto vencedor, desenvolvido no Museu dos Campos Gerais (MCG), vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

Além de preservar a memória paranaense, os museus funcionam como laboratórios de experimentação e difusão científica, aproximando universidade e sociedade por meio de acervos que contam histórias, educam e inspiram novas gerações.

Com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), o MCG liderou a aplicação de ferramentas de IA para digitalização, organização e divulgação de acervos históricos. Como resultado desse trabalho, a tecnologia possibilitou a modelagem tridimensional de peças, a transcrição automática de documentos manuscritos e a criação de uma plataforma digital unificada, que tornou coleções antes restritas amplamente acessíveis ao público e a pesquisadores.

Segundo o diretor de Ensino Superior da Seti, Michel Jorge Samaha, a premiação é um reflexo do investimento estratégico em pesquisa aplicada ao patrimônio cultural. “O governo estadual tem demonstrado compromisso constante com o setor cultural, fomentando iniciativas que unem ciência e tecnologia por meio de políticas públicas estruturadas para transformar os acervos históricos em recursos acessíveis para educação, turismo e desenvolvimento regional”, afirma o gestor.

Para o assessor Renê Wagner Ramos, que atua no Projeto de Gestão Documental da Seti, a conquista consolida um modelo bem-sucedido de gestão. “Essa vitória reforça a importância estratégica dos museus universitários como espaços vivos de conhecimento, capazes de aliar rigor acadêmico à inovação tecnológica para preservar a memória de forma dinâmica, engajar novas gerações e servir como ferramenta de inclusão e democratização do acesso à cultura”, pontua.

Pesquisa

O projeto premiado é parte do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI) – Conectando Memória e Inovação, que envolve 15 museus e centros de documentação de nove universidades paranaenses. Coordenado pela Fundação Araucária, principal braço de fomento científico e tecnológico do Paraná, esse Arranjo contribui para a inovação tecnológica no patrimônio cultural e abre caminho para o futuro dos museus universitários, tornando-os mais acessíveis, tecnológicos e alinhados às demandas da sociedade.