A CGN conversou na tarde desta terça-feira (30) com Jociele Ribeiro, irmã de Gilmar Ribeiro, assassinado pelo tio no Jardim Colmeia, em Cascavel, na manhã do sábado, dia 13 deste mês.
Ontem (29), o acusado pelo crime foi preso pela segunda vez e a família espera que, desta vez, o indivíduo, de 68 anos, continue 'atrás das grades'.
O acusado havia sido preso um dia após o crime e liberado, após audiência de custódia. A soltura causou revolta aos familiares. O homem passou menos de 24 horas na cadeia.
Em conversa com a reportagem na tarde de hoje (30), Jociele contou que o crime foi praticado diante de várias pessoas da família e vizinhos, inclusive com presença de crianças que brincavam pelo local.
De acordo com os relatos da irmã da vítima e sobrinha do autor, assim que o acusado chegou ao imóvel, foi recepcionado por Gilmar que pediu bênção ao tio que, por sua vez, teria respondido com um "Deus te abençoe", poucos minutos antes de iniciarem a conversa sobre o veículo que Gilmar havia comprado do tio.
A vítima teria entregado um valor em dinheiro ao homem, referente ao pagamento do carro e solicitado a documentação do automóvel para, então, poder utilizá-lo, momento em que o tio pegou a arma de fogo que estava em seu bolso e atirou na direção de Gilmar. O primeiro tiro teria falhado, conforme as informações de Jociele, e no momento em que Gilmar fez um movimento para tentar correr, houve o disparo do segundo tiro que atingiu a vítima na região da axila, transfixando o corpo.
Outras pessoas da família teriam, então, tentado impedi-lo de continuar atirando contra o sobrinho, mas também acabaram alvos de tiros. Por sorte, nenhum deles foi atingido.
Jociele destaca que não houve sequer discussão entre tio e sobrinho no momento do crime. Ela conta que os dois já haviam negociado outros veículos anteriormente e que entre eles havia uma boa relação.
Após o assassinato, o homem teria ameaçado uma pessoa em via pública para que esta, com uma moto, desse fuga ao atirador.
Após a segunda prisão do acusado, ocorrida nesta segunda-feira (29), a família intensificou o acompanhamento ao caso, cobrando das forças de segurança e principalmente da Justiça, que crime não fique impune.
Os familiares questionam o fato de o acusado ter alegado legítima defesa, mesmo tendo ido armado até a casa do sobrinho. À polícia, o acusado alegou que o sobrinho portava uma faca, informação que a família também contesta, informando que Gilmar portava um pedaço de cano e uma cola que utilizava para consertar uma pia, no momento em que o autor do crime chegou ao imóvel.
O autor sempre andava armado e se vangloriava por ter 'muitos amigos' policiais e juízes.
Jociele também relata que no mesmo dia do crime, o autor teria telefonado para a família e feito ameaças ao filho de Gilmar. Havia suspeita, por parte da família, de que o indivíduo pudesse comparecer ao velório do corpo de Gilmar, onde estavam reunidos os familiares, para cumprir com as ameaças que havia feito por telefone.
O acusado por este crime também seria autor de um feminicídio ocorrido nos anos 90. O próprio homem teria revelado, em depoimento a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, que teria executado a mulher.
O indivíduo, preso pela segunda vez ontem, segue à disposição da Justiça.