07/09/2024 | 10:55 | EBC
Sem astronautas, Starliner desacopla de estação para voltar à Terra
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A espaçonave Starliner, da Boeing, desacoplou nessa sexta-feira (6) da Estação Espacial Internacional (ISS), deixando para trás sua primeira tripulação de astronautas norte-americanos e retornando vazia para a Terra, para finalizar longa missão de teste afetada por falhas técnicas.

Os astronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams se tornaram os dois primeiros a voar na Starliner, em julho. Eles permaneceram na Estação Espacial Internacional com mais sete astronautas, em órbita a 450 quilômetros de distância, enquanto a espaçonave partia de forma autônoma do laboratório às 19h04, no horário de Brasília, para uma viagem de seis horas com destino à Terra.   

Os dois astronautas se despediram da cápsula, cujos problemas no sistema de propulsão foram responsáveis por alongar sua estadia de oito dias para uma missão de oito meses de duração. Abastecidos com comida e suprimentos extras, Wilmore e Williams vão retornar em um veículo da SpaceX em fevereiro de 2025, anunciou a Nasa na semana passada. Desde então, engenheiros da Boeing fizeram a instalação de um novo software na Starliner, para que ela retorne sem tripulação. A viagem será crucial para testar a capacidade de manobra da espaçonave.

A cápsula terá de usar seus propulsores de manobra para descer gradualmente para a órbita e reentrar na atmosfera terrestre, para depois pousar, com o auxílio de paraquedas, no White Sands Space Harbor, um local de testes militares no Novo México. Cinco dos 28 propulsores de manobra da Starliner falharam com Wilmore e Williams a bordo, durante a aproximação da Estação Espacial Internacional, em junho. O mesmo sistema de propulsão apresentou vários vazamentos de gás hélio, usado para pressurizá-los.   

Apesar de ter feito o acoplamento com sucesso no dia 6 de junho, os defeitos levaram a uma investigação de meses feita pela Boeing, com a ajuda da Nasa. A inspeção já custou à empresa US$ 125 milhões, provocando o estouro do orçamento do programa Starliner em pouco mais de US$ 1,6 bilhão desde 2016, de acordo com análise feita pela Reuters com registros de valores mobiliários.   

Os problemas da espaçonave persistem desde que ela apresentou defeitos em um voo de teste em 2019, sem tripulação, para a ISS. A nave refez a missão em 2022 e teve sucesso, embora alguns dos propulsores tenham apresentado defeitos.   

A Boeing espera recuperar a cápsula da Starliner no Novo México e continuar investigando por que os propulsores falharam no espaço. O módulo de serviço que leva os propulsores com defeito vai queimar na atmosfera. Assim, a Boeing terá de usar testes simulados para descobrir o que ocorreu com o hardware no espaço. 

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