Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná cumpre mandados de prisão preventiva contra o vereador Nilson Hachmann (PSC) de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná, e outros quatro investigados nesta quarta-feira (15).
A investigação apura crimes praticados contra a administração pública. De acordo com o MP, Nilson Hachmann era dono de empresas, registradas em nome de terceiros, que participavam de licitações do município, burlando a proibição de contratação com o setor público.
As empresas atuam em áreas diversas, como obras públicas de pavimentação rural, prestação de serviços e transporte escolar. As demais pessoas ligadas a ele aparecem como laranjas em empresas das quais ele é dono, conforme o Gaeco.
O vereador Nilson Hachmann está no quinto mandato na Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon. Ele foi secretário municipal entre os anos de 2009 e 2012.
Mandados
Segundo o Gaeco, quatro prisões já foram feitas, entre elas a do vereador e do filho dele Lucas Adrian Hachmann. O último investigado não foi localizado, até a publicação desta reportagem.
De acordo com o MP, além dos mandados de prisão, são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão e a suspensão do exercício do cargo contra uma servidora do município.
Os mandados foram cumpridas em oito residências, nove empresas, um escritório contábil, no setor de licitações da Prefeitura e no gabinete do vereador na Câmara Municipal.
No momento da operação, os funcionários da prefeitura e da câmara não puderam entrar pra trabalhar.
O que dizem os citados
A defesa do vereador disse que a prisão do cliente foi precipitada, pois não há elementos que levem à necessidade da prisão neste momento, uma vez os fatos investigados são antigos.
O advogado do vereador, Márcio Berti, também responde pela defesa do filho dele. Berti disse ainda que está retornando de uma viagem Porto Alegre (RS) para ter mais informações sobre o processo que resultou na prisão de ambos.
A Câmara Municipal de Marechal Cândido Rondon também se posicionou a respeito das prisões, e disse que está à disposição para prestar qualquer esclarecimento às autoridades. Também reafirmou a lisura de todos os atos administrativos da atual direção da Casa.
Veja a íntegra da nota da Câmara:
"Referente à operação do Gaeco nesta quarta-feira (15), que resultou na prisão preventiva do vereador Nilson Hachmann e de outras quatro pessoas, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão, inclusive na Prefeitura e na sede do Poder Legislativo, a Câmara de Vereadores informa que:
- A operação no Poder Legislativo foi específica em relação ao vereador preso;
- Os contratos suspeitos de irregularidades foram firmados entre empresas e a Prefeitura. Nenhuma licitação ou contrato envolvendo a Câmara de Vereadores está sob suspeita dos investigadores;
- As buscas no Poder Legislativo restringiram-se exclusivamente à mesa e ao arquivo particular do vereador;
- Não houve buscas na contabilidade, nem na secretaria ou qualquer outro gabinete ou dependência da Câmara de Vereadores."