O Governo do Estado abriu oficialmente nesta terça-feira (21) o Curso de Formação de Peritos e Auxiliares de Perícia, em solenidade no auditório da Secretaria estadual da Segurança Pública, em Curitiba. O curso, promovido pela Polícia Científica do Paraná, é obrigatório a todos que ingressam na instituição. Seguirá até janeiro de 2023 e foi totalmente reformulado pela Academia de Ciências Forenses.
Participam da formação os 91 novos servidores da Polícia Científica contratados em maio deste ano. O número, que engloba 87 peritos oficiais e quatro agentes auxiliares de perícia, é a maior contratação da história da instituição, que recebeu mais de 300 profissionais desde 2019. Para simbolizar a entrada dos novos profissionais, durante o evento eles receberam o crachá da instituição.
A contratação destes 91 profissionais faz parte do plano de complementação do quadro de servidores da Segurança Pública. O objetivo do Estado é garantir um atendimento mais eficaz e ágil para a população. “Este é um investimento do Governo em recompor a Polícia Científica. A instituição já teve o menor efetivo da Sesp e hoje oficializamos a maior contratação da história deles”, disse o secretário Wagner Mesquita.
Além de ampliar os trabalhos e reduzir a pressão em quem já atua, o secretário destacou que, após o curso, os novos servidores acelerarão o atendimento prestado à população. “Isso vai trazer mais rapidez e celeridade de resposta ao trabalho da polícia técnico-científica e da própria Segurança Pública. Recentemente, elucidamos casos emblemáticos, como o da Rachel Genofre e do Leandro Bossi, graças ao trabalho da Polícia Científica”, afirmou Mesquita.
Depois de 12 anos de atuação na corporação, o diretor-geral da instituição, perito Luiz Rodrigo Grochocki, acredita que a cada ação, a cada dia de trabalho, as pessoas deixam sua marca no local e na própria trajetória da PCP. “Toda instituição é feita por pessoas, são elas que constroem a história. O passado é feito pelo presente, assim como o futuro. Quando estes novos profissionais olharem o que fizeram no passado vão perceber que escreveram e realmente fizeram a história da instituição”, destacou.
Efetivo
Em 2019, no início da gestão, o efetivo da Polícia Científica era de cerca de 19% do quadro programado, que tem 1.478 vagas. Por conta da crise econômica mundial e da pandemia ocorreram algumas restrições de contratação de servidores nos anos de 2020 e 2021. Mesmo assim, nos últimos quatro anos, com esta complementação, a instituição já recebeu 315 novos profissionais.
“O concurso para integrar a Polícia Científica é muito difícil, muito concorrido, então são talentos que estamos recebendo. O curso de formação tem uma grade inédita, com trilhas de conhecimentos para que sejam desenvolvidas competências para chegarmos aos resultados que objetivamos, que são os exames periciais”, afirmou Grochocki.
De acordo com o diretor-geral da Polícia Científica, após concluir cada trilha de conhecimento do Curso de Formação de Peritos Oficiais e Agentes Auxiliares de Perícia, sob responsabilidade da Academia de Ciências Forenses da instituição, os alunos terão que responder a um teste de proficiência para avaliar se têm aptidão para desenvolver o trabalho. Os peritos oficiais são responsáveis pela análise, pesquisa e exame de vestígios, visando elucidar crimes e identificar autores. Já os auxiliares de perícia trabalham na colheita de materiais e operações técnicas.
O curso terá uma programação extensa e abordará todos os temas inerentes à função, como noções de Direito, Medicina Legal e todas as áreas da perícia legal, tiro, grafo (reconhecimento de letras), local de crime (localística) e balística. Além disso, também será abordado o atendimento à população.
“Será levada em conta não só a parte técnica, que é muito importante, mas também a parte de empatia e saúde mental e o atendimento à população. O curso irá até janeiro de 2023 e abordará as temáticas teóricas, onde serão aplicados simulados, e as práticas, com estágio nas unidades do Interior e nas seções de Curitiba”, explicou o diretor da Academia de Ciências Forenses, Emilio Merino de Paz Junior.
Para o engenheiro civil, Pedro Isaque Andrade, agora perito da instituição e aluno do curso, a expectativa é que o conhecimento adquirido o ajude a se tornar um profissional ainda melhor e mais preparado para atender a população e as demandas da instituição. “Resolvi entrar na Polícia Científica por acreditar na importância dela e para colaborar na elucidação de crimes”, disse.
O diretor do Instituto de Criminalística, Ciro José Cardoso Pimenta, explica que essas novas contratações impactam nos serviços prestados à população. “As contratações dos novos servidores são de suma importância para a Polícia Científica. Através delas conseguimos ampliar o serviço oferecido pela instituição em todo o Estado do Paraná”, afirmou.
Nos últimos dois anos, segundo ele, a contratação dos novos peritos possibilitou, por exemplo, a inauguração de oito novas unidades da criminalística no Interior do Estado, o que reforçou as atividades dos laboratórios e resultou na redução no tempo médio de emissão de laudos.
“Também houve um reforço no atendimento das clínicas médicas, com a contratação dos novos médicos-legistas. Sabemos que ainda existe um caminho a percorrer, mas os avanços feitos nessa gestão são significativos, o que está diretamente ligado ao atendimento de excelência que prestamos a sociedade”, acrescentou.