Uma idosa que era mantida em situação de abandono, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), morreu horas depois de ser encontrada por uma equipe policial, na quarta-feira (7), segundo a Polícia Civil.
Com isso, a investigação, que estava em andamento para apurar a suspeita de abandono, também vai analisar se houve omissão de socorro no caso.
Segundo a polícia, no momento em que os policiais do Tático Integrado de Grupos de Repressões Especiais (Tigre) chegaram até a casa, a mulher estava trancada.
"Encontramos o portão trancado com um cadeado e na casa ouvimos a idosa gritando, talvez pedido socorro. Arrombamos o cadeado e conseguimos ver a situação em que a mulher se encontrava”, detalhou o delegado Cristiano Quintas.
Quando perceberam a situação da idosa, os policiais acionaram o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Araucária. O Tigre descobriu que não era a primeira vez que o caso de abandono da mulher era denunciado.
"A assistente social do Creas relatou que havia um procedimento anterior envolvendo a mesma idosa".
A mulher chegou a ser encaminhada ao Creas, para receber os cuidados necessários. Mas, segundo Cristiano Quintas, ela voltou para a casa após um compromisso da família.
“Os filhos foram atrás e contrataram, no mesmo dia, uma cuidadora para ficar com a idosa. Isso deveria ter acontecido antes, pois ela realmente precisava de cuidados constantes”, comentou.
Pouco tempo depois, no começo da noite, a idosa passou mal.
“Socorro foi chamado, a equipe foi até a casa. Mas ela morreu com os socorristas lá”, disse o delegado.
Conforme Cristiano Quintas, o médico que atendeu a idosa atestou que a morte se deu por causas naturais, pela idade, a princípio. Apesar disso, as investigações agora vão apurar também a morte da mulher.
“Se houve abandono de idoso, somado à morte, muda o tipo penal. Mas tudo vai depender da investigação. A solução prática que a família teve, de contratar uma cuidadora, não muda em nada, porque a investigação vai ser feita de qualquer jeito”.
O objetivo da polícia é descobrir se o fato de a idosa estar em situação de abandono piorou a situação, chegando a morte. “O abandono pode ter contribuído, mas isso ainda vai ser apurado no decorrer do inquérito”, explicou Cristiano Quintas.
As investigações, que ainda estão com o Tigre, devem ser encaminhadas à Delegacia de Araucária.
“Vamos encaminhar o inquérito para que o delegado de lá possa ouvir todos os envolvidos: a família, a assistente social que já tinha atendendo ela e quem mais for necessário, para daí chegar a uma conclusão”.